Análise - Sonic the Hedgehog

Analisar um jogo antigo em plena sétima geração dos consoles não é fácil. A emoção de jogar um game antigo em sua epóca é diferente da emoção de jogar um game antigo hoje, quando a grande maioria dos games falha na coisa mais importante em um título: criar um conceito consistente. Felizmente, o game analisado aqui é, inquestionavelmente, uma exceção. Sonic the Hedgehog conseguiu criar um novo conceito no mundo dos games, que é a mistura de corrida com exploração em um jogo de plataforma, colocando um ouriço bem carismático em um jogo bem divertido, rápido e desafiador.





Salvem os animais da floresta!
Típico de um jogo side-scrolling antigo, Sonic the Hedgehog apresenta uma história simples: Sonic precisa deter o plano diabólico do Dr. Robotnik (ou Eggman, se preferir), um cientista que capturou todos os amigos animais de Sonic e os transformou em robôs. Ele quer conquistar o mundo, mas para isso, ele precisará das Esmeraldas do Caos, pedras místicas dotadas de um poder ilimitado. Cabe ao ouriço passar por todas as armadilhas que Robotnik preparou ao longo das zonas e coletar as Esmeraldas antes do vilão.


Novo conceito de plataforma 2D
O primeiro game do Sonic trouxe um conceito diferente para o plataforma 2D. Ele se baseia na clássica jogabilidade side-scrolling em um formato mais rápido e dinâmico, de forma que dê ao jogador a sensação real de velocidade usando apenas os direcionais e o botão de pulo. A formula ainda não está perfeita, mas o jogo não deixa de ser divertido.

Sonic 1 se passa em seis zonas, subdivididas em três atos, com cenários que variam de colinas com palmeiras e girassois (Green Hill Zone), ruínas e cavernas com passagens de lava (Marble Zone), um campo com molas e rebatedores (Spring Yard Zone), um labirinto semi-submerso (Labyrinth Zone), uma cidade noturna com pistas de corridas (Star Light Zone) e indústrias e laboratorios cheios de segredos e armadilhas (Scrap Brain Zone), além é claro da batalha final entre Sonic e Robotnik na Final Zone. São fases bem coloridas e ricas em detalhes e ganham ainda mais vida com a bela e brilhante trilha sonora.



O dinamismo do jogo vem todo do desafio proposto: para sobreviver, você precisa coletar o maior numero de anéis possível. Coletando bastantes aneis, você ganhará pontos extras no final da fase, após passar pela placa de fim de ato. Se você levar dano, você perderá todos os anéis, mas tendo pelo menos um anel ainda terá chances de se manter vivo. Você ganha uma vida extra ao coletar 100 anéis e cada anél valerá por 100 pontos no final do ato. Apesar das fases estarem lotadas de anéis, tem muitas coisas além de robôs que podem fazê-lo perder todos os anéis, como espinhos, bolas de ferros, tocar na lava ou em raios elétricos...

Você ainda conta com alguns power-ups guardados em pequenos monitores. Eles vão de 10 anéis extras e invencibilidade temporária. Há também um equilibrio de dificuldade nas fases, de modo que quanto mais você prossegue, mais difícil o jogo fica. Isso chega a ser um ponto negativo, pois muitas partes do jogo tem uma quantidade bem exagerada de dificuldade, como é o caso do chefe da Labyrinth Zone, exigindo que o jogador volte a jogar várias vezes a mesma fase até que ela seja memorizada.

Mas não só de zonas o jogo é feito. Ao coletar 50 anéis e passar pela placa de fim de ato, você encontra um anel gigante que nada mais é do que o portal para o Estágio Especial.  Trata-se de uma fase que gira em seu próprio eixo e é lotada de anéis, rebatedores e pedras falsas. Seu objetivo é encontrar a Esmeralda do Caos escondida no cenário. É apenas mais um desafio para o jogador, pois em termos conceituais, o Special Stage consegue dar mais dor de cabeça que as próprias fases principais. Sonic sempre estará caindo e pular é a única forma de se dar bem na fase. Porém, no final, coletar todas as Esmeraldas (que totalizam seis) acaba sendo gratificante, pois com isso revela-se o final verdadeiro do jogo.


Chave do sucesso: replay intenso

Um dos pontos mais fortes de Sonic 1 está no level design. Há uma quantidade bem grande de caminhos alternativos nas fases e cada um esconde um desafio diferente. Procurar itens secretos ou mais anéis nesses percursos cresce ainda mais a vontade de jogar o jogo novamente. Essa aspecto chega até a ser controverso, pois um caminho sempre será mais dífícil que o outro, sendo até frustante. Porém, ao jogar a mesma fase várias vezes é possivel memorizá-las, tornando mais fácil para o jogador... Epa, temos um paradoxo. Jogar a primeira vez mostra que o jogo é difícil, mas após memorizá-las, temos um jogo mais fácil. Sacou o truque do Sonic Team?


O que fez Sonic ficar famoso?

Criar um novo tipo de gameplay é o sucesso da série, mas o verdadeiro marco do personagem está em sua atitude. Sonic demonstra em sua aventura uma feição de ousadia e determinação. É possível notar no jogo que Sonic mostra feições em diversas situações, como ao se machucar, ao empurrar algo, ao frear... Tudo isso passa ao jogador que o Sonic é um personagem singular, pois possui sua própria personalidade.

É raro você encontrar jogos antigos que transmitam algo além de entretenimento. Sonic foi o personagem que fez muitos criadores de jogos mudarem a forma de criar seus protagonistas, deixando-os com características humanas, mas em corpos cartunescos. Por isso Sonic é famoso, sua atitude e carisma conquista o jogador.



Sonic the Hedgehog é um jogo que marca definitivamente a indústria de games não só com uma jogabilidade inovadora, mas com a criação de um personagem icônico. Aqui analisamos um jogo que, apesar de antigo, consegue divertir até nos dias atuais.

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