Analizando o Almanaque Ação Magazine #01

Se a Jump não vem até nós, nós fazemos nosso almanaque e que se dane a Jump. Essa é a ideia por trás da Ação Magazine: uma maneira de os fans de quadrinhos japoneses expor seu trabalho ao público utilizando o sistem Jump de mangás. Pelo preço de R$9,90, você poderá ler o trabalho dos quadrinistas, que lutam para que a arte do mangá faça parte de nossa cultura também.
Atualmente ela conta com 2 edições, sem periodicidade definitiva, a Ação Magazine é responsável por 5 obras que estão começando a sair do forno: Madenka, Jairo, Tunados, Rapsódia e Expresso. Eu, como um amante dos mangás, resolvi comprar a Ação Magazine para ver o que nossos autores estão tramando. Sinceramente, quando eu peguei a revista, eu já estava com o pé nas costas por causa de algumas reviews dos fans. Então minha aposta na primeira edição, que é composta somente por Madenka, Jairo e Tunados, foi justamente no Madenka, que foi muito bem elogiado.
Não vou entrar em detalhes nos mangás, pois ainda não tem como eu criar uma boa review com o que me foi apresentado, mas posso pelo menos comentar algumas coisas:


1)Madenka:
Entre as 3 obras apresentadas na revista, sem dúvidas Madenka foi a mais próxima do Jump Feeling. Tudo que uma obra Mainstream Jump deve ter está aí: ação, personagens carismáticos, universo meio fantástico e lições sobre amizade. Porém Madenka falha terrivelmente em sua primeira edição por falha de enredo: em determinados momentos o personagem principal mudava de ideia do nada sem nem ocorrer uma discussão, em outros a história simplesmente pulava algumas partes importantes, e em outras forçava o leitor a se emocionar, e esqueciam os argumentos que levavam o personagem a tomar determinada ação. Por outro lado os personagens da história são cativantes, e o bom uso do nosso folclore deu um toque bonito no mangá. Madenka conseguiu provar, apesar das escorregadas nessa one-shot, que as obras brasileiras também podem ser boas, mas duvido que a revista dure muito tempo se tiver que apostar nesse mangá.
Madenka é uma série de luta em um mundo repleto de criaturas de nosso folclore, mas que não são nem um pouco inofensivas como nos ensinaram na escola. A obra é escrita por Will Walbr e recebeu 4 páginas coloridas durante sua primeira edição.

2)Jairo:
Para quem leu Hajime no Ippo, não será muito estranho fazer comparações com ambas as obras, já que o enredo de Jairo é muito semelhante. A diferença é na atitude dos personagens: enquanto Ippo sempre foi quetão e paciente, Jairo tem o pavio curto e não sabe a definição de brincadeira. Toda a desgraça da vida do boxeador foi curiosamente causada por ele. A parte do bullying poderia ter sido resolvida se ele não tivesse sido tão arrogante na partida de futebol do início do capítulo.
Porém o mangá tem uma proposta interessante, além de ser bem desenhado. Mesmo com seus inúmeros defeitos, Jairo ainda me divertiu no momento que estive lendo. Se o autor corrigir o personagem principal, com certeza eu irei comprar a Ação Magazine para ler as aventuras desse pequeno porreta.
O mangá conta a história de Jairo, um garoto que descobre no esporte uma forma de “recomeçar” após um ocorrido em sua vida. O escolhido é o boxe, esporte em que o rapaz aprende a controlar sua força e a usar suas habilidades dentro das leis do esporte. Mas para isso, Jairo terá que superar alguns problemas. Entre eles está o fato de morar com seus tios e seu primo Fábio e enfrentar o problema de ser um estorvo para sua “família”. De qualquer maneira, Jairo passa a treinar em uma acadêmia de boxe ao lado de seu amigo Vitor e tudo parecia muito bem até aparecer uma pessoa: Ivan, seu desafeto pessoal e com quem ele não guarda um passado próximo muito amistoso. Agora a disputa dos dois passa a ser muito mais do que uma briga de colégio e Jairo terá que controlar seus instintos para conseguir rumar às Olimpíadas do Rio de Janeiro de 2016.


3)Tunados:
Mangá de corrida é algo que não me atrai, por isso já comecei com o pé nas costas quando anunciaram Tunados na Ação Magazine. Mesmo assim, por não ter mais o que fazer resolvi ler Tunados, e não me supreendi com o que tinha no mangá. Já de início o protagonista recebe um carro do tio que é paralítico justamente por causa das corridas. Na boa, que tipo de parente faz isso com o próprio sobrinho? Se fosse eu impediria de todas as formas ele se tornar corredor de rua.
Mas lógica é o que falta nesse mangá, pois o personagem principal parece ser que nem o Saruman: qualquer um que ele converse virará amigo instantâneamente. Até o gerente de uma loja de carros resolveu ajudar o personagem principal na corrida, dando um emprego para ele pagar as peças que o lojista iria colocar no carro. Gente fina ele, né?
Tenho minhas dúvidas, mas Tunados não irá durar muito tempo, caso Expresso e Rapsódia, que vão entrar na próxima edição, sejam realmente bons.

Apesar de essa primeira edição não ter nada demais, ainda sim valeu a compra do almanaque. Pena que o preço tenha sido tão salgado (R$ 9,90), enquanto a Shounem Jump tenha um preço tão pequeno (Algo por volta de R$4,00 se converter a moeda). Bom, mas isso é por causa dos maravilhosos impostos brasileiros. Até a próxima análise!

Um comentário:

  1. Belo post, não fazia ideia da existência desse almanaque (para você ver como meu repertório é pobre)
    Bem, acho que acompanharei também se descobrir aonde consegui-lo

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