Moe: ver ou não ver, eis a questão

Veja como o Moe é fofo /trocadilhoparaavitória
Não é esse Moe que estou falando, e sim a gíria japonesa "moe", que é usada para descrever algo fofo. Esse é o maior motivo dos rages nas comunidades entre fans, pois enquanto muitos apreciam esse tipo de arte, outros detestam. Mas, será que devemos ver uma série que foi criada somente para demonstrar o quão fofa a garota é? Será que tem lógica ver algo assim? Infelizmente não poderei te dar essa resposta, mas lhe guiarei nesse assunto te mostrando os dois lados da moeda.


O que é Moe?
Como eu já havia dito, Moe é uma gíria japonesa criada para descrever uma personagem com personalidade bonitinha, e que também seja bonitinha. O mais comum é serem retratadas como crianças, apesar de suas idades. Não se sabe quando surgiu o termo, e também não é limitado a esfera feminina, tendo até personagens masculinos nessa área. O moe também não tem uma característica fixa do que é fofo, por isso temos diversos desenhos animados, com diferentes artes, e que são todos considerados Moe.
Atualmente é muito famoso entre os japoneses, sendo uma área do mercado extremamente lucrativa. Seria que nem o Ben 10 é lucrativo para os ocidentais, se você levar em conta a quantidade de criança que usa produtos desse garoto. Para se ter uma idéia, somente semana passada foram confirmados 8 séries desse gênero, mostrando que o mercado tem gás para muitos e muitos anos.
O moe pode ser facilmente confundido com o lolicon, já que muitas pessoas acabam tratando esses dois gêneros como se fossem irmãos. Porém, lolicon são obras aonde exploram crianças sexualmente, tanto que a tradução do gênero é "pedofilia", enquanto moe é qualquer coisa que pode ser considerada fofa. Alguns exemplos de moe que conseguiram uma enorme fanbase são Lucky Star e K-on.

A Degeneração do Moe
O Moe tem um estilo para criação de enredo que ficou marcado durante gerações, sendo o mais utilizado a desculpa da comédia romântica colegial criada pela magnífica Rumiko Takahashi, escritora do clássico Ranma 1/2 e Inuyasha. Obviamente se trata de uma variante, e não é fixo no universo moe, presente também na cultura ecchi (perversão). Também é utilizado a desculpa da comédia cotidiana, famosa pela obra de Kiyohiko Azuma, o Azumanga Daioh, e recentemente refinada pela comédia de Koji Kumeta, o Sayonara Zetsubou Sensei.
A situação é tão ridícula, que você nem precisa assistir o próximo anime moe da temporada, pois você pode prever o enredo dele. Se for sobre um grupo de garotas que não fazem nada, então é uma cópia barata de Lucky Star, e se for sobre um garoto virgem que não sabe falar com garotas, então é uma cópia barata de Love Hina. Por mais que seja material reutilizado, a série é muito bem recebida em 90% dos casos, vendendo horrores em BD, DVD, e materias colecionáveis dessas garotinhas. Seria o velho caso do Black Rock Shooter ás avessas.  Porém, nenhuma dessas séries chega a se tornar uma franquia, ou algo que mova completamente o mercado japonês. Após a febre passar, o anime é completamente esquecido e outro vem para substituir e conseguir faturar mais alguns niquels da sua carteira.

E a luz no fim do túnel...
Entendam, caros leitores, que tudo tem suas exceções, e o moe também tem suas exceções. Algumas obras conseguem cativar o público, tornando-se franquias, recebendo tudo que o moe tem direito, mas o melhor é que sempre irão permanecer vendendo, pois foi um hit. Alguns até conseguem recriar um gênero, que estava se tornando ultrapassado, como foi o caso de Puella Magi Madoka Magica, enquanto outros resgatam as raízes de obras que marcaram gerações, como foi o caso de Nichijou, provando que o moe pode ser benéfico.
Um exemplo interessante de um moe benéfico é quando ele é usado para satirizar seus semelhantes, como o caso da recente obra Joshiraku, de Koji Kumeta e Yasu (Toradora). Já de início fica bem claro que de fofo essas garotas não tem nada, tendo presente o humor negro nesse tipo de material. Outro exemplo de um moe benéfico é em Azumanga Daioh, já que boa parte da graça está na reação das personagens, que pode ser muito bem considerado algo fofo.
E o moe não é um recurso somente utilizado em animes de comédia e romance. Na realidade está presente também na área de suspense, como a franquia Higurashi e, mais recentemente, a franquia Puella Magi. Eu, pessoalmente, adoro quando um rosto de uma garota serelepe acaba mudando para uma face de desespero profundo.
Quando os japoneses sentem falta do moe em uma série que não é moe, é usado o chibi (baixinho) para isso. O chibi nada mais é do que a versão criança do personagem badass que você conhece. Não é algo que eu ache graça, mas tem material interessante nesse meio, como o criticado Sora no Otoshimono. O chibi é atualmente uma cultura, já que todos os personagens de animes tem suas versões chibis, mesmo que no anime não tenham.

O moe não é algo criado para agradar a todos, e sim criado para arrecadar dinheiro. Se tem material bom no meio é obvio, mas o objetivo principal é vender produtos para aqueles que gostam realmente disso. Não é porque você não assiste moe que você será culto no mundo dos otakus. Dê uma chance a esse tipo de material e tire suas próprias conclusões, mas cuidado com o que você for ver. Pode ser que cause traumas irreversíveis na sua opinião sobre o moe...

Um comentário:

  1. Belo post, só achei que você generalizou demais em certas partes como: "será que devemos ver uma série que foi criada somente para demonstrar o quão fofa a garota é?"
    Eu sei que você defendeu um pouco o "gênero" no fim, mas cabeças quentes da vida (e fans de moe) ficariam nervosos só de ler isso e já partiriam para a ignorância jogando pedras em seu post.

    Coloquei a palavra gênero com aspas pois não considero moe gênero, mas sim PARTE do anime em questão. É claro que em casos como K-ON que não tem muito conteúdo útil e seu gênero (musical) não o sustenta sozinho, o uso do moe é tão pesado que fica parecendo que só há fofura nele (fans de K-On, não me levem a mal, gosto muito da série).
    Mesmo assim, acho que a "crítica" (blogueiros) brasileira anda jogando muitas pedras no moe, escrevendo em suas resenhas a palavra "moe" sinônima de "anime ruim". E os fans querendo pagar de "cults" enfiam na cabeça que dizer "moe é ruim" é ter senso crítico.
    Exemplos como Azumanga, Lucky Star e Madoka Magika provam que Moe em animes pode ser apenas um pedaço seu, não sua base.

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