Análise - Mario & Sonic at the Olympic Winter Games

O primeiro jogo em que Mario e Sonic se juntam no game das Olimpíadas de Pequim não foi um grande título para os dois mascotes mundialmente conhecidos, mas fez sua parte como um jogo casual decente. No fim, o jogo vendeu bem e isso poderia significar a chance de uma possível sequência. O resultado é Mario & Sonic at the Olympic Winter Games, um game que mostra perfeitamente como se deve ter descaso para com o jogador.


Mario & Sonic at the Olympic Winter Games é o segundo jogo da série de crossovers Mario & Sonic e é baseado nos Jogos Olímpicos de Inverno em Vancouver, de 2010. O jogo possui 27 eventos baseados nos esportes reais das Olimpíadas de Inverno e são divididas em nove categorias: esqui alpino, salto de esqui, esqui em estilo livre, snowboard, patinação, patinação artística, bobsleigh, hóquei no gelo e curling. Todos os personagens das duas franquias presentes no primeiro game da série estão de volta, introduzindo quatro novos competidores: Donkey Kong e Bowser Jr., do time do Mario, Silver e Metal Sonic, do time do Sonic.

Os Dream Events retornam em um novo formato. Em vez de colocar os eventos com características básicas de cada série, os nove eventos especiais tiveram a adição de cenários famosos das duas franquias, como a Seaside Hill (Sonic Heroes) sendo usada como palco do esqui alpino e Radical Highway (Sonic Adventure 2) como pista de snowboard. Há também eventos especiais que não estão presentes nos eventos olímpicos comuns, como o Dream Snowball Fight, uma partida de luta de bola de neve e Dream Gliding, uma competição de asa-delta para ver quem acerta mais inimigos com cascos de tartaruga. Enquanto os eventos normais estão todos disponíveis desde o começo de um novo jogo, os Dream Events precisam ser liberados ganhando medalhas no modo single match ou participando do Festival Mode, um modo que simula as Olimpíadas de Inverno num sistema de dias (ao todo, são 17 dias) onde você deve ganhar pontos para ser o grande campeão dos Jogos Olímpicos.


Tendo como importância o multiplayer, OWG traz um grande avanço em relação ao primeiro game. Agora, praticamente todos os eventos presentes pode ser jogados apenas com o Wii Remote. O Nunchuck está totalmente opcional e jogar com ou sem o acessório não interfere o desempenho do jogador. Como é de se esperar, os sensores de movimento do Wii são predominantes em todos os eventos. Outro avanço com relação a jogabilidade é que desta vez, os controles não são cansativos; não apelam para movimentos repetitivos e respondem muito bem aos comandos.

Infelizmente, o bom lado técnico da jogabilidade é desproporcional a quantidade de eventos interessantes no título e isso acaba comprometendo o produto inteiro. É dificil de querer rejogar os eventos várias vezes após alguma horas de jogatina. É divertido na primeira experiência com o título, mas depois disso, Winter Games acaba se tornando enjoativo e, dentre tantas outras opções de jogos party no Wii, acaba ficando em segundo plano.

É claro que existem momentos divertidos, como nos jogos de esqui e o bobsleigh. Nesse último, por exemplo, o jogador deve segurar o Wii Remote na sua frrente, como se estivesse empunhando uma espada, e mover o corpo para esquerda ou direita de forma a mudar a direção do bobsleigh. Na pista, aparece uma espécie de linha que mostra como você deve mover o bobsleigh de forma a ganhar mais velocidade e garantir um tempo baixo. Já o de esqui alpino é bem simples: você deve guiar o personagem usando os controles como se fossem dois bâtons e mexe da direita para a esquerda para mover o personagem ao longo do grande declive com o objetivo de passar pelas bandeiras, buscando o menor tempo. São exemplos de jogos divertidos e que oferecem um alto fator de replay e sensação de velocidade.


Porém, há outros vários que deixam bastante a desejar na criatividade. O evento de patinação do gelo é um exemplo básico: você deve agitar o Wii Remote para que o personagem dê os passos na pista, sempre na hora certa. Na patinação artística, você deve fazer os movimentos com o controle indicados na tela na hora certa para que o personagem execute o movimento. O hóquei no gelo, que tinha potencial para ser melhor explorado, se limitou a apenas controlar os personagens, passar o disco e, criando energia na hora do passe, agitar o Wii Remote para mandar o disco para a baliza adversária.

O jogo também possui suporte ao Wii Balance Board, nos jogos de esqui, snowboard e bobsleigh. É uma boa adição, sendo bastante conveniente com a temática do game, mas pelo fato de usável apenas num modo em específico, o divertimento com o acessório acaba por ser extremamente limitado.


Fora o descaso com os eventos, parece que o time de produção não mediu esforços para colocar conteúdo desnecessário no game. Como uma das novidades, você ganhar estrelas, chamadas de Star Tokens, de acordo com o seu desempenho nos eventos olímpicos. Você pode usar as Star Tokens no modo Shopping, um local com várias lojas vendendo centenas de extras, como músicas do game e famosas das duas séries, livros com informações sobre Olimpíadas, etiquetas e roupas para enfeitar seus materias esportivos e personalizar o seu Mii, que também é jogável no game, etc. Para quem gosta de coletar tudo num jogo, é um prato cheio, mas considerando a proposta e o público-alvo de OWG, o modo Shopping é inteiramente inútil. Não muda absolutamente em nada na experiência do jogador nem sequer adiciona conteúdo relevante no game, o suficiente para elevar o fator replay.

E como se não bastante,  Mario & Sonic 2, um jogo visando o divertimento em grupo, possui um modo party! Nele, você e seus amigos participam de mini-games que, para decidir o vencedor, deve-se jogar os eventos normais das Olimpíadas. Os mini-games são bastante genéricos, como estourar balões ou girar uma roleta. Há um interessante jogo de paineis, que possui algumas regras e consegue divertir na competição em grupo. Mas no conceito do game, um modo party é definitivamente o cúmulo do ridículo.

Quanto ao tabalho audiovisual, OWG é um jogo que não fede nem cheira. Os cenários usam menos texturas e efeitos de iluminação do que o primeiro jogo e, infelizmente, a framerate é de apenas 30fps e em alguns eventos, ela sofre muitas quedas. O modelos dos personagens não receberam uma grande evolução em detalhes, mas as animações cumprem seu papel e os Dreams Events se destacam pelos cenários tematizados e bem construídos. Os menus são bem estruturados e bonitos, sendo uma bela apresentação, junto ao magnifico vídeo em GC no começo do game. Não é um título que seja estonteande de se ver no Wii, mas não deixa muito a desejar. Já a trilha sonora está um pouco melhor trabalhada e muitas tornam a experiência mais "degustável", como a tema do Bobsleigh. Mesmo com boas composições orquestradas, a trilha musical e os efeitos sonoros é tímida e, como o primeiro game, está em segundo plano.


Mesmo com coletáveis, como emblemas, medalhas e leaderboards, Mario & Sonic at the Olympic Winter Games não possui qualidades que possam agradar os que procuram um bom divertimento em grupo. É divertido à primeiro jogada, mas devido ao excesso de eventos desinteressantes e enjoativos, o game acaba sendo um jogo party que não viverá muito tempo rodando em seu Wii. Conferir sempre é bom, mas com tantas mancadas e descaso com o consumidor, seguindo o plano de lançar o jogo sendo simplesmente um "pegue o antigo e coloque coisa nova", fica dificil justificar a compra do game. Ainda estamos aguardando o game que irá merecer ter os dois mascotes juntos, pois em Winter Games, essa união está ainda mais apagada.

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